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Apresentação

O Aproveitamento Hidroagrícola de Idanha-a-Nova, situa-se no Distrito de Castelo Branco, nos concelhos de Idanha-a-Nova e Castelo Branco e abrange as freguesias de Idanha-a-Nova, Ladoeiro, Zebreira e Malpica do Tejo (Figura 1).


Figura 1– Planta da área beneficiada pelo Aproveitamento Hidroagrícola de Idanha.

 

Fruto de uma aspiração antiga, o Aproveitamento Hidroagrícola da Campina de Idanha, encarado por diferentes técnicos, deu origem a estudos pormenorizados. A área dominada ou a dominar variou entre a previsão optimista de 20.000 hectares na primeira estimativa e 6.740 hectares na óptica mais prudente de outro projecto (Caldas, E. C.,1998 – “A agricultura na história de Portugal”. E.P.N.).

 

Acabou por beneficiar uma área de 8197,8 hectares sendo que 80% destes, pertencem às classes I, II, III e IV da Carta de Aptidão para o Regadio do Aproveitamento Hidroagrícola da Idanha-a-Nova, do Serviço de Reconhecimento e de Ordenamento Agrário (SROA). Os restantes 20% estão classificados com as classes V, VI e VII, que representam solos em geral menos adaptados ao regadio.

 

A Obra de Rega, foi construída em duas fases, a 1ª de 1935 a 1942 e a 2ª de 1944 a 1950. Na 1ª fase foram construídas a Barragem Marechal Carmona, no Rio Ponsul, o Canal Condutor Geral, e os Canais Distribuidores 1, 2, 3 e 17. Na 2ª fase construíram-se os restantes distribuidores, perfazendo um total de 21, e ainda os Canais Condutor Geral do Aravil, o Canal Esquerdo do Aravil, com os seus cinco distribuidores e o Canal Direito do Aravil.

 

Em 1949 iniciou-se a exploração e a conservação da Obra a cargo da JAOHA, tendo sido em 1954 transferida para a Associação de Regantes e Beneficiários de Idanha-a-Nova, com sede no Ladoeiro, criada para o efeito por Alvará de Agosto de 1947.

 

Trata-se de um aproveitamento hidroagrícola cujas delimitação e concepção de infra-estruturas de aducção e distribuição de água foram elaboradas para que o sistema de rega funcionasse por gravidade, só se recorrendo a bombagem para assegurar a elevação da água para dois blocos de rega com cotas superiores, os blocos do Aravil e Ladoeiro, após o que a rega, nesses locais, se processa também por gravidade.

 


Figura 2– Canal Condutor Geral e Comporta de Nível Constante a Montante.

 

A água para a rega provém da Albufeira de Idanha-a-Nova, criada a partir da Barragem Marechal Carmona, no rio Ponsul, pertencente à bacia hidrográfica do Tejo. Uma Central Hidroeléctrica instalada à saída da albufeira permite a turbinagem dos caudais de rega e dos excedentes de Inverno.

 


Figura 3– Barragem Marechal Carmona e Central Hidroeléctrica.

 

A água é lançada no Canal Condutor Geral através da turbina ou da válvula independente de rega, accionadas por um automatismo com origem na sede da ARBI que controla a aducção do caudal. A partir daqui a água, ou é levada graviticamente para jusante até que derive para um canal distribuidor ou uma regadeira secundária, ou é descarregada através de um órgão de protecção, neste caso descarregador lateral de superfície, para uma linha de água vizinha.

 

Intercalados no sistema primário de canais encontram-se descarregadores frontais de bico-de-pato e comportas de nível constante a montante que se destinam a estabilizar o nível do plano de água no troço imediatamente a montante, assegurando as condições hidráulicas adequadas ao bom funcionamento dos órgãos de controlo de caudais que equipam as tomadas de água aí instaladas.

 

Da rede de rega fazem também parte duas Estações Elevatórias, a do Aravil e a do Ladoeiro, totalmente automatizadas e comandadas à distância, que fornecem caudal para o bloco do Aravil e Ladoeiro.

 


Figura 4 – Estações Elevatórias do Aravil e do Ladoeiro.

 

O apoio à distribuição da água é, neste momento, efectuado por 2 técnicos agrícolas, 1 encarregados e 8 cantoneiros distribuídos por 5 cantões de rega. Estes, para além de vigiarem todo o cantão e manobrarem os órgão de distribuição e comando, visitam regularmente os regantes de forma a conhecer as suas necessidades.

 

A conservação e a manutenção da Obra é feita pelo pessoal da Associação durante o período de Outono/Inverno. Nessa altura procede-se à reparação dos elementos danificados, faz-se a limpeza dos canais retirando os limos, ervas e lodo do seu interior, assim como a dos passeios ao longo destes, onde são cortadas a erva e o mato que entretanto se desenvolveu. Pintam-se as comportas, módulos e adufas e faz-se a revisão de todos os elementos mecânicos e eléctricos das Estações Elevatórias.

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